segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sugestão de Vídeo - Crazy little thing called love

Vamos curtir um pouco de música que nos remete a um tempo bom vivenciado por alguns de nós nos inesquecíveis anos 80. Ouvir e assitir a Freddy Mercury numa das suas melhores performances é sempre bom !!!

Vídeo: Encontro com Milton Santos "Por uma outra Globalização"

 
Este vídeo de Silvio Tendler reproduz uma das inúmeras obras célebres de Milton Santos baseada no livro dele "Por uma outra Globalização" que se traduz num convite à clarevidência, onde o mundo é exposto da forma como ele é com todas as suas contradições físicas, econômicas e acima de tudo sociais. O professor Milton Santos nascido em Brotas de Macaúbas interior da Bahia, neto de escravos, formado em Direito e foi para França onde fez seu doutorado em Geografia.
São apenas dez minutos de vídeo, porém quem o desejar na íntegra basta baixar a partir de alguns softwares livres disponíveis na rede.

O SUJEITO NA CONTEMPORANEIDADE - Por Emanuele Morais

A própria expressão de contemporaneidade já pode ser interpretada como um anúncio de boas novas recorrentes nas produções acadêmicas e científicas, empregada para sinalizar a pesquisa, as experiências e processos que estão ocorrendo no nosso tempo e que este possui uma especificidade importante: é marcado por transformações em variadas esferas, o que lhe dá contornos complexos.
O indivíduo alheio às mudanças ocorridas no mundo significa está impossibilitado de exercer o seu papel humanístico, ou seja, é a perda do ser, e este papel é totalmente antagônico ao sujeito da contemporaneidade.
O sujeito da contemporaneidade está inserido num cenário de buscas, de afirmações e transformações, onde ele é o protagonista da história, que cria, recria, age e interfere nas mais diversas variações ocorridas no mundo a exemplo da tecnologia, porém, como citou o nosso colega filósofo Fredson ‘sem abandonar a poesia que é algo inerente ao ser humano’.
No tocante à área da docência que é o nosso foco, podemos entender que além de tudo que o sujeito da contemporaneidade deve desempenhar o papel de um comunicador social aberto e apto aos aparatos tecnológicos que serão utilizados principalmente para a construção da aprendizagem sistematizada devido ao uso da informação e comunicação aproveitadas como meios que poderão contribuir para melhorar a aproximação entre professores e alunos, que muitas vezes vem ameaçando o relacionamento interpessoal no ambiente escolar.
Portanto, o sujeito da contemporaneidade tende a acreditar no uso pensado da tecnologia e suas diversas nuances no cotidiano de modo geral, onde se preocupa com o significado que ela faz à vida, podendo manipulá-la de forma a usá-la na edificação de um território mundial mais justo e amistoso para todos que habitam neste planeta chamado Terra.

"É duro e daí?" - Por Emanuele Morais

Vamos festejar! Pelo menos quem se acha diferente, quem está de fora dessa penosa e duradoura ditadura da moda dos cabelos lambidos pelas chapinhas, lambidos pelos alisamentos agressivos, lambidos pela falta de auto-estima.
Vamos comemorar, nós temos cabelos duros, os chamados adoravelmente pelos nossos antepassados de ‘pixaim’, cabelos que a água não penetra, que só um vendaval balança, mas que resiste bravamente à nossa história tórrida que sempre colocou como ápice de poder e beleza cabelos lisos oriundos da beleza branca, da chamada raça pura herdada de nossos invasores bárbaros europeus.
Deixemos para trás aqueles grilhões representados pelas brilhantinas, óleos e gorduras para os cabelos duros, onde minha mãe, por exemplo, me punia ao dizer que achava o meu cabelo parecido com o da empregada doméstica, o que simbolizava mais uma vez a dominação impertinente da tal supremacia da raça branca perante a herança negra.
Passando verões na ilha me debatia constantemente com uma realidade presente, onde por mais que pretendesse que o meu cabelo ficasse lindo, comprido, escorrido e maravilhoso como os das ditas meninas bonitas e bronzeadas, ele insistia em me contestar ficando ouriçado, ressecado, principalmente devido ao salitre presente no ar.
Foram anos de veraneios e anos de desespero, pois eu não fazia parte do padrão dominante de beleza, enfim só a partir dos meus vinte e nove para trinta anos que percebi o quanto me massacrei por uma questão que hoje julgo tão simples, tão bacana, como usar o Black Power.
Vamos festejar o Black Power, ele é o meu redentor, o meu abolicionista e meu marido com seus cabelos lisos pretíssimos adora e se diverti com o cabelo que um dia eu sacrifiquei e apedrejei, hoje eu falo com orgulho e de boca cheia ‘O meu cabelo é duro e daí?’.

* Esta crônica foi escrita por mim em 20/11/10, para homenagear o Dia da Consciência Negra como uma forma de reafirmação e valorização da cultura e etnia afro-brasileira.